O Nuno veio ter connosco com uma bicicleta Peugeot Ruche em muito mau estado, que pertenceu ao Avô.
A verdade é que começámos recusar o restauro :) , por acharmos que estava em muito mau estado, mas depois de alguma insistência aceitámos o desafio de ressuscitar esta beleza. O primeiro desafio foi tentar perceber de que modelo da Peugeot é que se tratava. Não conseguíamos encontrar nada exactamente igual, havia sempre algum detalhe que era diferente das Peugeot de catálogos antigos. Conseguimos depois descobrir que é uma Peugeot Ruche.
A RUCHE era uma marca de bicicletas que foi absorvida pela Peugeot no início de 1930s. Este é um modelo fora do comum e o seu fabrico deve situar-se entre 1947-1952.
A identificação foi possível pela comparação na zona da testa que tem um “recorte” que não se encontra em nenhuma Peugeot de catálogo, mas que era característica das Ruche.
Em tudo o resto é muito semelhante às Peugeot dos anos 50, com suporte traseiro e caixa de alumínio.
Não há nenhuma Peugeot exactamente igual mas pode-se dizer que os modelos PC40 ou PH50 de 1952 são muito parecidas.
Quanto ao restauro propriamente dito, como os peças da Peugeot Ruche são muito específicas, não se consegue simplesmente trocá-las por outras “semelhantes” e novas. Quase todas as peças tiveram mesmo de ser recuperadas, limpas e cromadas.
A excepção foram as rodas que estavam mesmo em muito mau estado, e um ou outro componente que já tinha sido substituído por peças nacionais ao longo dos anos pelo Avô, e já não eram originais da bicicleta. Como a pedaleira, o selim ou o grupo óptico.
Foi um desafio, e um processo bastante demorado (também devido à pandemia que vivemos durante este ano), mas no final compensou com um resultado muito próximo ao que seria originalmente. E o Nuno ficou super satisfeito com a recuperação (quase improvável) da bicicleta da família.
Restauro Peugeot Ruche
Este é o resumo dos poucos componentes novos:
Testemunho
«A bicicleta do meu avó tem para mim um significado enorme – óptimas memórias!
Quando recebi a bicicleta, estava num estado indescritível, os aros partidos, quadro completamente enferrujado, travões e mudanças não funcionavam, acessórios em muito mau estado…
Na verdade era uma tarefa praticamente impossível recuperar a bicicleta.
A medo, o Miguel resolveu aceitar o desafio e fez magia! Uma obra de arte: a bicicleta recuperada mantendo na maioria as peças originais! Ficou brutal!!!!
PARABÉNS MIGUEL! Não poderia esperar melhor! MUITO OBRIGADO»
– Nuno B. –
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